sexta-feira, 18 de março de 2011

Sócrates e a Imortalidade da Alma

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No ano 399 antes da era cristã, o Tribunal dos Heliastas, composto por representantes das dez tribos que compunham a democrata Atenas, reunia-se com seus 501 membros para cumprir uma obrigação bastante difícil.
Representantes do povo, escolhidos aleatoriamente, estavam ali para julgar o filósofo Sócrates.
O pensador era acusado de recusar os deuses do Estado, e de corromper a juventude.
Figura muito controversa, Sócrates era admirado por uns, criticado por outros.
Tinha costume de andar pelas ruas com grupos de jovens, ensinando-os a pensar, a questionar seus próprios conhecimentos sobre as coisas e sobre si mesmos.
Sócrates desenvolveu a arte do diálogo, a maiêutica, este momento do “parto” intelectual, da procura da verdade no interior do homem.
Seus dizeres “Só sei que nada sei” representam a sapiência maior de um ser, reconhecendo sua ignorância, reconhecendo que precisava aprender, buscar a verdade.
Por isso foi sábio, e além de sábio, deu exemplos de conduta moral inigualáveis.
Viveu na simplicidade e sempre refletiu a respeito do mundo materialista, dos valores ilusórios dos seres, e das crenças vigentes em sua sociedade.
Frente a seus acusadores foi capaz de lhes deixar lições importantíssimas, como quando afirmou:
“Não tenho outra ocupação senão a de vos persuadir a todos, tanto velhos como novos, de que cuideis menos de vossos corpos e de vossos bens do que da perfeição de vossas almas.”
O grande filósofo foi condenado à morte por cerca de 60 votos de diferença.
A grande maioria torcia para que ele tentasse negociar sua pena, assumindo o crime, e tentasse livrar-se da punição capital, com pagamento de algumas moedas.
Com certeza, todos sairiam com as consciências menos culpadas.
Todos, menos Sócrates que, de forma alguma, permitiu-se ir contra seus princípios de moralidade íntimos. Assim, aceitou a pena imposta.
Preso por cerca de 40 dias, teve chance de escapar, dado que seus amigos conseguiram uma forma ilícita de dar-lhe a liberdade.
Não a aceitou. Não permitiu ser desonesto com a lei, por mais que esta o houvesse condenado injustamente. Mais uma vez exemplificou a grandeza de sua alma.
E foram extremamente tranqüilos os últimos instantes de Sócrates na Terra.
Uma calma espantosa invadia seu semblante, e causava admiração em todos que iam visitá-lo.
Indagado a respeito de tal sentimento, o pensador revelou o que lhe animava o espírito:
“Todo homem que chega aonde vou agora, que enorme esperança não terá de que possuirá ali o que buscamos nesta vida com tanto trabalho!
Este é o motivo de que esta viagem que ordenam me traz tão doce esperança.”
Sim, Sócrates tinha a certeza íntima da imortalidade da alma, e deixou isso bem claro em vários momentos de seus diálogos.
A perspicácia de seus pensamentos e reflexões já haviam chegado a tal conclusão lógica.
O grande filósofo partia, certo de que continuaria seu trabalho, de que prosseguiria pensando, dialogando, e de que desvendaria um novo mundo, uma nova perspectiva da vida, que é uma só, sem morte, sem destruição.
* * *
O Codificador da Doutrina Espírita, Allan Kardec, indagou aos imortais:
“No momento da morte, qual o sentimento que domina a maioria dos homens? 
A dúvida, o medo ou a esperança?”
Ao que os Espíritos lhe respondem:
“A dúvida para os descrentes endurecidos; o medo para os culpados; a esperança para os homens de bem.”
Que possamos todos, a exemplo de Sócrates, deixar este mundo com o coração repleto de esperança.
*
Texto da Redação do Momento Espírita com base no livro O Fédon, de Platão, Coleção Filosofia – Textos nº 4. ed. Porto e no livro Apologia de Sócrates, de Platão, Coleção Aos pensadores, ed. Nova Cultural.
TODOS OS CRÉDITOS AO MOMENTO ESPÍRITA.
VOLTE SEMPRE
EU AMO SUA VISITA
FIQUE COM DEUS
BEIJOS EM SEU CORAÇÃO COM CHEIRINHO DE JASMIN

4 comentários:

  1. Há alguma dúvida de que Sócrates, como alguns outros poucos, era um Avatar, um enviado em missão??
    Eu não tenho dúvida alguma de que ele era mais uma lÂmpada a iluminar nossa escuridão, em meio a tamanho lamaçal...
    Bjs!

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  2. Olá querido Ebrael!
    Penso como você,impossível alguém questionar isso amigo,só se for uma pessoa que não possua conhecimentos ou uma visão mais ampliada do mundo espiritual.
    Obrigado por seu comentário espetacular!
    Seja sempre muito bem vindo!
    Bjos em seu coração com cheirinho de Jasmin.

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  3. Olá Claúdia, poucos ão iluminados como ele foi. Hoje as pessoas em geral achariam asneira suas ações e convicções. Como será que nós reagiriamos, como nos sentiriamos?
    GRANDE abraço menina,

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  4. Olá Ademar!
    Concordo com você,as pessoas acham ainda amigo,pois é como reagiríamos uma boa pergunta,como nos sentiríamos boa pergunta também,bem eu penso que quando temos certeza de algo,damos a oportunidade do outro raciocinar e o que ele vai fazer com a informação,é responsabilidade exclusiva dele,então amigo é caminhar em frente,independentemente se vão acreditar ou não,ou o que vão falar,de qualquer maneira sempre terá um grupo que irá contra algo,então façamos a nossa parte.
    Obrigado por sua presença,seja sempre muito Bem Vindo,esse espaço é nosso.
    Bjos em seu coração com cheirinho de Jasmin.

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