quinta-feira, 28 de abril de 2011

A Arte de Viver Juntos

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Quem trai seu amor por vaidade é um desconhecedor da liberdade, dessa imensa, indizível liberdade que
traz um só amor.
(VINICIUS DE MORAES)
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Muitas pessoas formam um casal pensando que vão iniciar uma grande brincadeira cujo objetivo maior é o prazer. 
A experiência mostra que aqueles que pensam apenas no gozo são os que mais sofrem numa relação. 
Depois de algum tempo vêm as insatisfações, as frustrações, as cobranças, a rotina e o tédio. 
A pessoa se sente como um peixe apanhado no anzol: tentou comer a minhoca e acabou virando comida de pescador!
Quando duas pessoas desejam se unir, devem criar um espaço no qual possam desenvolver a capacidade de viver a dois, buscar soluções criativas à medida que os obstáculos aparecem e aprender a desfrutar
todas as for mas de viver com amor.
Após a grande liberação sexual dos anos 60 e 70, ficou fácil para as pessoas se encontrar e ter relacionamentos ocasionais, em que aliviam as tensões, conhecem gente diferente e gozam de momentos agradáveis.
 Mas, ao mesmo tempo, cada vez mais, elas sofrem com a "ressaca sexual"  aquela sensação de vazio, culpa e insatisfação que acompanha tais relacionamentos.
 A pessoa acorda de manhã e se pergunta: "Meu Deus, o que estou fazendo nesta cama, ao lado desta pessoa?" 
Já dizia um poeta:
"Deitei ao lado de um corpo e acordei à beira de um abismo..."
A ressaca sexual aparece toda vez que se comete uma agressão íntima contra si mesmo e, sem dúvida, é um aviso de que é preciso ser mais cuidadoso. 
No passado, muitas pessoas experimentavam a "ressaca moral" por ter transgredido uma regra aprendida na infância, como a norma de que se deve ser fiel ao esposo ou praticar sexo apenas depois do casamento. 
Mas hoje o que nos chama a atenção é a ressaca sexual, cada vez mais experimentada por mulheres e homens que tiveram um grande número de relações superficiais e passageiras.
Passada a euforia da "libertação sexual", as pessoas estão sentindo falta de relações profundas e sólidas!
Estar com alguém plenamente é um caminho de crescimento, um aprendizado de viver a dois; é a possibilidade de vencer o medo da entrega e de se conhecer no mais íntimo.
Conviver com alguém que amamos é o mesmo que comprar um imenso espelho da alma, no qual cada um dos nossos movimentos é mostrado sem a mínima piedade.
 Ao mesmo tempo que conhecemos melhor o outro, entramos em contato com nossas inseguranças também. E aí começa o inferno...
 Em vez de encarar a verdade e de ver a imagem temida do verdadeiro eu, tenta-se quebrar o espelho.
Como é possível quebrar esse espelho?
 Há muitas formas, porém as mais freqüentes são: fugir da intimidade, culpar o outro, não assumir as próprias responsabilidades na relação e desacreditar o amor.
Viver com alguém que se ama não é só uma oportunidade de conhecer o outro, mas também a maior chance de entrar em contato consigo mesmo. 
Apenas quando conseguimos nos enxergar por inteiro é que percebemos o medo de nós mesmos e nos damos conta de que precisamos evoluir para nos tornar pessoas melhores.
 Começamos, então, a nos capacitar para o amor.
Um dia, perguntaram a um grande mestre quem o havia ajudado a atingir a iluminação, e ele respondeu:
"Um cachorro"
Os discípulos, surpresos, quiseram saber o que havia acontecido, e o mestre contou:
 "Certa vez, eu estava olhando um cachorro, que parecia sedento e se dirigia a uma poça d’água.
 Quando ele foi beber, viu sua imagem refletida. 
O cachorro, então, fez uma cara de assustado, e a imagem o imitou.
 Ele fez cara de bravo, e a imagem o arremedou. 
Então, ele fugiu de medo e ficou observando, distante, durante longo tempo, a água.
 Quando a sede aumentou, ele voltou, repetiu todo o ritual e fugiu novamente.
 Num dado momento, a sede era tanta que o cachorro não resistiu e correu em direção à água, atirou-se nela e saciou sua sede.
 Desde esse dia, percebi que, sempre que eu me aproximava de alguém, via minha imagem refletida, fazia cara de bravo e fugia assustado.
 E ficava, de longe, sonhando com esse relacionamento que eu queria para mim.
 Esse cachorro me ensinou que eu precisava entrar em contato com a minha sede e mergulhar no amor, sem me assustar com as imagens que eu ficava projetando nos outros’
***
Texto do Livro Amar Pode dar Certo de Roberto Shinyashiki & Eliana Bittencourt Dumêt
Volte Sempre
Eu amo sua visita
Fique com Deus
Beijos em seu coração com cheirinho de Jasmim

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